Todo palhaço é um visionário
Fareja a graça ocultaAtrás da existência crua
E generosamente a divide
Com os que são cegos demais
Para rir de si mesmos
Todo palhaço é um exilado
O riso é seu passaporte Para fugir de seu acanhado país
E alcançar terra estrangeira
Onde finalmente longe
Pode se sentir em casa
Todo palhaço é um ladrão
Quer arrancar do outroO que não brota em si
O riso iluminado
De sua criança triste
Todo palhaço é um sopro
Nada tem Além da graça do instante
Que nasce, vibra e passa
Mas sempre retorna diferente
Quando o estranhamento
Esbarra com a criação
Nas esquinas do pensamento.
Francisco P Nieto